Hominídeo pode ter sido o primeiro cozinheiro do mundo, diz estudo

Crânio do Homo erectus, que pode ter sido a primeira espécie de hominídeo a cozinhar. (Foto: Alfredo Dagli Orti / The Art Archive / The Picture Desk)
Crânio do 'Homo erectus', descoberto na ilha de Java, na Indonésia
O Homo erectus, que evoluiu há 1,9 milhões de anos e já está extinto, pode ter sido a primeira espécie de hominídeo a cozinhar e preparar comida, segundo um estudo feito por cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. O trabalho foi divulgado pela revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
O ato de processar a comida permitiu que os humanos tivessem maiores chances de sobrevivência e de manter a saúde por garantir uma alimentação com mais calorias. O biólogo Chris Organ e outros pesquisadores acreditam que humanos gastariam 48% do dia comendo caso fossem primatas comuns. Mas o tempo gasto pelas pessoas para se alimentar é, na verdade, apenas 5% do dia.
Para descobrir quando os ancestrais dos humanos modernos passaram a cozinhar, a equipe estudou o tamanho dos dentes, o peso e o DNA de humanos, 14 hominídeos extintos e primatas não humanos. O grupo descobriu que as espécies H. erectus, H. neanderthalensis e H. sapiens (humanos) apresentam molares menores que outros primatas.

Com a passagem do tempo, os molares dos hominídeos foram tornando-se menores, assim como o maxilar e órgãos internos.No caso dos mais antigos como H. habilis ou o H. rudolfensis, essa mudança é explicada pelos autores como uma evolução natural, possível de ser explicada somente pelo tamanho dos corpos e pela filogenia.

Já no caso do H. erectus, H. neanderthalensis e H. sapiens essa diminuição dos molares só pode ser explicada, segundo os autores, pela capacidade que esses hominídeos tinham em processar a comida com ferramentas e fogo, tornando os alimentos mais fáceis de serem consumidos e reduzindo o tempo das refeições.

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