Crânio do 'Homo erectus', descoberto na ilha de Java, na Indonésia |
O ato de processar a comida permitiu que os humanos tivessem maiores
chances de sobrevivência e de manter a saúde por garantir uma
alimentação com mais calorias. O biólogo Chris Organ e outros pesquisadores acreditam que humanos
gastariam 48% do dia comendo caso fossem primatas comuns. Mas o tempo
gasto pelas pessoas para se alimentar é, na verdade, apenas 5% do dia.
Para descobrir quando os ancestrais dos humanos modernos passaram a
cozinhar, a equipe estudou o tamanho dos dentes, o peso e o DNA de
humanos, 14 hominídeos extintos e primatas não humanos. O grupo
descobriu que as espécies H. erectus, H. neanderthalensis e H. sapiens (humanos) apresentam molares menores que outros primatas.
Com a passagem do tempo, os molares dos hominídeos foram tornando-se
menores, assim como o maxilar e órgãos internos.No caso dos mais antigos
como H. habilis ou o H. rudolfensis, essa mudança é
explicada pelos autores como uma evolução natural, possível de ser
explicada somente pelo tamanho dos corpos e pela filogenia.
Já no caso do H. erectus, H. neanderthalensis e H. sapiens
essa diminuição dos molares só pode ser explicada, segundo os autores,
pela capacidade que esses hominídeos tinham em processar a comida com
ferramentas e fogo, tornando os alimentos mais fáceis de serem
consumidos e reduzindo o tempo das refeições.
*Ciência e Saúde
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